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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Enquanto isso em Londrina ..

- Passagem? Já fechei o caixa e tô só esperando o carro pra ir embora.

“ Caralho me ferrei” foi a primeira frase que formulei na minha cabeça. Nem precisei chegar em Londrina para as cagadas começarem.
Choraminguei um pouco pra ela e fui sentar no banco pra decidir a desculpa que daria pros meus pais, depois, é claro, de ouvi-los me chamando de irresponsável e suas infinitas derivações. Que coisa mais juvena acreditar que o guichê fosse 24 horas, Francielle.
Mas a moça percebera meu desespero, abriu o caixa e me vendeu a bendita passagem. Pronto, tô indo pra Londrina.
Lá peguei o circular e a beleza daquela cidade acordando toda amarela fez com que minha cara amassada de sono desaparecesse e desse lugar ao olhar maravilhado de menina boba do interior que vai pra cidade grande. Sério que eu tava me sentindo como na primeira vez que fui sozinha pra lá, e agora, quem diria, ela já guarda um ano de peripécias dessa interiorana aqui.

Eu amo aquela cidade.






Abraço no porteiro, sacada dos meninos, apê todo bagunçado, Má e eu fofocando no quarto. É, tá tudo normal.
Depois das normalidades fomos atrás de resolver os assuntos referentes à Triângulo.A quarta-feira foi tirada para irmos atrás dos móveis. “A gente queria ver geladeira, tevê e sapateira, por favor”. Essa frase foi repetida nas não sei quantas lojas de móveis usados existentes na Duque. E pra completar o pastel lá da tiazinha tava ruim pra caramba, que droga.
Quinta conseguiu ser mais cansativa do que sua amiga anterior. Arrasta, tira, põe, levanta, “cuidado que vai cair”, “aí, aí ta bom”, varre e passa pano, lava e planeja, relembra e ri. Acabou, vamo toma banho e ir pro beco, o Jão tá chegando. “Tamo aqui, vem logo sua fdp”. “Sua desgraçada, puta saudade de você meu”. Quinta foi estressante, mas foi responsável por matar um pouquinho da saudade de pessoas queridas.
Sexta deu tudo errado, digo TUDO. Tá, só na parte da tarde. Conseguimos a divisória usada lá do C.U e, meu que maravilha, os meninos tão aqui, vão ajudar a gente a carregar. Puta negócio pesado do inferno. “ Ah não, mas instalar só amanhã moço? A menina tinha de ver o quarto pronto já”. É, hoje não rolou. Mas ainda bem que a noite compensou o dia. A Amanda já tinha avisado que teria Mutantes no Vitrola sexta e, como a gente nem gosta, fomos. O show foi muito muito muito bom, a banda é foda e as companhias, deliciosas. Que noite massa. E só pra manter a tradição londrinense, conheci mais uma parte do curso que parece dominar Londrina, ou me perseguir, vai saber: Economia. Pois é, mais uma vez acabo que conheço um economista, e dessa vez um vizinho interiorano, daqui de Jaú do ladinho de Mineiros.
Sábado foi dia de visita do passado e futuro da Triângulo. A Jé tava lá e a Paulinha chegou. A mais nova moradora conheceu sua futura moradia na forma mais tradicional quando se trata da Triângulo: bagunçada, é claro. Resolvemos os assuntos domésticos, conhecemos um pouco da única moradora que veio de uma metrópole e ela começou a tomar nota da vida louca e deliciosa que suas veteranas companheiras de casa levam. Aí a noite a gente - Mariana - tava querendo matar a saudade do Escritório, mas era muito táxi pra pouco grana, e acabou que miou tudo. Só pra completar, a tevê não tava funcionando direito. Sábado nada típico de perdedoras.





Domingo tudo na mesma, sem tevê, sem ninguém. Tive que ter o trabalho de ir na rodoviária porque o telefone da Garcia só dava ocupado, aí aproveitamos e fomos no novo apê da Jé pegar a chave. Bonito lá, tem cara de casa de mãe. À noite, depois de horas intermináveis de Piratas do Caribe 3, decidimos pegar nosso litrão e ir pra rua. Ninguém. Subimos no C.U. Pagode. Ah não, pagode não rola. Enquanto eu estava toda envolvida jogando paciência, surgem dois garotos que pareciam estar na mesma que nós. Não sei muito bem como, mas eis que surge um convite para jogarmos truco, os quatro. Claro! E foi divertido, bem divertido. Tá, eu tava péssima no truco, fiz cada jogada ridícula, mas fora isso deu pra conversar um monte .. Falar bobeira, coisa que preste, coisa que não se diz por aí. Lá pelas tantas o guardinha foi pedir pra que a gente maneirasse. Ah, beleza. Ficamos assistindo Simpsons e uns vídeos toscos no Youtube. Essa papaiada continuou lá em casa e, quando dei por mim (ou melhor, meu celular me avisou), já eram 7 da manhã. Pqp tenho que pegar meu ônibus!
Banho. “Ah, a gente viu tudo!”. Caramba cadê meu fone? “Tchau Jé, a gente se vê”.
Pegar circular já é muito chato e estressante, com mochila e mala de carrinho, em plena 7:30 da manhã, quando tá saindo gente pelas janelas, é horrível, ainda mais porque tem sempre alguém pra descer ou subir em todo ponto. “Droga, vou perder meu ônibus, tô ferrada”. No terminal aquela angústia e nada do bendito circular chegar. “Cara, minha mãe vai me matar e onde vou arrumar $50 pra comprar outra passagem?”. O bom é que sentou um senhor bem simpático do meu lado, pra quem perguntei se daria tempo de chegar à rodoviária até 8:30. Ele disse que sim, me acalmou e puxou papo comigo. Quando já tinha desacreditado dele e levantado pra ir atrás de um táxi, o circular chega. “Viu moça, economizou uma pernada até lá.”
Depois disso tive a confirmação de que os mais velhos realmente são os mais sábio e ponto.
Fui correndo até a plataforma e tirei um peso de uns 50 kg das minhas costas. A viagem pra Jaú nunca fora tão prazerosa, até porque tinha um garotinho muito simpático sentado comigo, que me deu Halls e fez questão de me acordar no posto. Um fofo.

Cheguei em Mineiros com meu pai na rodoviária e a Lara toda saltitante abanando pra mim. Que gostoso voltar pra casa. Churrasco à noite pra saber dos acontecimentos na minha ausência. Bebedeira .. Aaah tá tudo bem normal por aqui.

Não sei porque escrevi de como foi em Londrina. Nunca fiz desse blog minha agenda, mas, sei lá, aquela cidade é importante pra mim e portanto merece um post aqui.
Tô ansiosa pra esse ano, e como. Sinto lá no fundo que será melhor, se é que é possível. Sinto também que vem um caminhão de responsabilidades e perrengues. Agora não tenho mais a desculpa “ah é porque tô no primeiro ano e me acostumando com tudo”. Tenho tudo muito bem traçado e vou atrás de tudo. Se vou conseguir, veremos, mas que farei o máximo e um pouco mais, aah farei.
Tá vindo EREH em Floripa; viagem de Noções Geográficas; a rep. dos meninos e nossa festa da calourada; tá que agora sou veterana e vem vindo um monte de calourinhos históricos pra eu ver como é essa coisa. A Triângulo tem uma nova moradora e eu um quarto com sacada. Os vizinhos vão continuar lá e tá vindo mais alguns de Economia; e até conhecemos nossas novas vizinhas de Vet.

Tá que esse ano, mais uma vez, é tudo nosso!

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