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quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Se o jornalismo me faz cético às vezes, quem sabe, cínico, a educação me faz otimista."

Gilberto Dimenstein, 53 anos, é jornalista, colunista da Folha e coordenador do site de jornalismo comunitário, também da Folha.

O primeiro contato que tive com o trabalho do jornalista foi por volta de 2004/2005, quando apresentei um seminário na matéria de História sobre seu livro Cidadão de Papel. O livro é ótimo e foi um dos melhores trabalhos que já fiz (palavras da minha professora da época). Aliás, foram nesses anos que meu interesse pela matéria foi crescendo. Cresceu tanto que estou onde estou.

Depois disso li mais algumas coisas referentes à ele, mas o tempo foi passando e não acompanhei nem procurei mais sobe seu trabalho.
O caso é que, depois de tantos anos, enquanto procurava um certo colunista no site da Folha, acabei me deparando com a coluna do Dimenstein. Meio surpresa, meio curiosa, fui conferir do que se tratava seu atual trabalho; interessada como sou em relação a tudo que diz respeito a jornalismo, naveguei pela página principal, vasculhei os links, pesquisei e estou lendo suas colunas.

Dimenstein trata de temas relacionados à cidade de São Paulo e política, mas seu foco principal é a educação, e é esse ponto que quero destacar.
Por várias vezes em seus textos ele afirma que ser professor é a profissão mais importante que existe.Diz que a educação deveria ser prioridade dos governantes e defende a participação dos pais na vida escolar dos filhos.
Isso tudo, digo de uma maneira bem simplificada e superficial, pois ainda não me apronfundei o suficiente para elaborar algo mais detalhado sobre.
Essas questões citadas por mim, que são levantadas pelo autor, são defendidas por grande parte da populaçao, especialistas e demais jornalistas.
Porém, um ponto que me chamou atenção no trabalho de Dimenstein foi a sua maneira de posicionar-se frente a questões que, quando discutidas mais profundamente, entram em campos muito delicados.
Ele declara não ser nem tucano, nem petista, procura

[...] apontar erros e acertos dos governantes, independentemente de partidos ou ideologias.
Gosto, especialmente, de mostrar soluções, venham de onde venham. Ser independente é poder igualmente criticar e mostrar acertos. Um acerto é tão notícia quanto erro. O essencial é medir seu impacto. Será que é tão difícil assim entender algo tão simples?
Participa também de trabalhos comunitários, e fundou a Cidade Escola Aprendiz.

Entretanto, mais do que seu posicionamento político, o que mais me envolveu foi a ponte que ele faz entre o jornalismo e a educação. Para ele, jornalismo é uma "forma de educar pela comunicação".
Quero entrar nesse ponto, e aí deixo um pouco Dimenstein de lado e falo por mim.

Não é segredo pra ninguém que minha grande paixão sempre foi e continua sendo o jornalismo, e que inicialmente comecei a fazer História para me preparar e aí sim entrar na área do jornalismo, porque não gostaria de ser aquele tipinho famoso de "jornalista metido a historiador, que opina sobre tudo e não sabe de nada". Também já escrevi aqui que, no decorrer do primeiro semestre, depois de pensar em prestar de zootecnia a fisioterapia, me encontrei no curso e vi que gostaria de ir até o fim. Hoje amo o que faço e estou louca pra dar aula, apesar de ficar nervosa só de pensar em entrar numa sala de aula, ainda mais com esse sotaque do interiorrrrrrrrrrr paulista.
Preocupações à parte, o universo da educação me seduziu. Desde o finalzinho do ano passado uni História e jornal no meu projeto de pesquisa e isso me deu um gás novo na graduação.

Parto do pressuposto de que os meios de comunicação em massa exercem influência direta na formação da opinião pública, devido ao grande e fácil acesso que a população tem a eles.
Também acredito na necessidade de tornar a linguagem acadêmica mais acessível e atrativa para a população, principalmente às crianças e adolescentes. Não só a acadêmica, mas também as notícias num modo geral, referentes à economia e política, por exemplo.
Transcrevendo-as numa linguagem mais fácil e simplificando conceitos específicos de cada área, maior será sua assimilação e mais o leitor irá procurar por elas.
No fim desse processo, na minha concepção, teremos não mais leitores passivos, mas sim indivíduos capazes de analisar criticamente a sociedade na qual estão inseridos.

Falta concluir, mas o sono me impede, então cito um trecho de sua coluna do dia 18/03:

Esse caso serve como símbolo para que a sociedade valorize cada vez mais o professor que, se estimulado, é capaz de fazer, de certa forma, até um cego ganhar visão.
Um mau professor é capaz de fazer justamente o contrário --impedir que alguém enxergue o mundo.


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