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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Pra te lembrar


" O que acontece comigo é que eu tinha andado de braços fechados. Sem perceber." C.F

Então você apareceu e, quando me dei conta, não tinha mais braços e sim asas de uma borboleta recém saída do casulo
borboleta que no começo voa meio assustada, mas depois se deixa levar pela brisa e vai. Fui.
Você despertou o que há muito dormia e eu não acordava ... talvez por medo, talvez por uma ilusória segurança.
Fomos levando uma coisa subjetiva, em que ninguém fala, mas ambos sentem
ninguém pensa ... se deixam levar apenas pelo impulso
Passamos por meses sem um carinho do outro sequer,
e nossos olhares cruzados diziam "tô com saudade"
as bocas, quando finalmente se encontravam pelo caminho, aproveitavam cada instante, por não saberem quando estariam juntas novamente
a cada conversa fiada a sensação de "nos conhecemos há anos" ... foi assim desde aquela primeira que varou a madrugada
Fomos seguindo pela incerteza, tendo como companhia diária apenas as poucas lembranças, pequenas e profundas.
Seguindo e deixando de cultivar, fazendo com que essa coisa boa que um dia existira perdesse o sentido
e fomos morrendo aos poucos.
Desse nosso envolvimento que carece de palavras para definir, fico com aquela sensação gostosa do balanço que tinha naqueles encontros casuais.
E agradeço profundamente por ter aberto meu coração, que há tanto encontrava-se empoeirado. Agora ele tá aberto e preparado para o melhor que virá. Agora eu quero.
Vou.

" Penso em ti como um desejo interrompido que se teceu na minha memória. (...) - Assim te lembro." A.P

E te guardo com carinho.

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