Páginas

quinta-feira, 1 de julho de 2010

tá na hora


Tô precisando mudar
aliás, ME mudar.
Cheguei naquele ponto do "eu gosto mas não aguento mais".
Numa de nossas conversas pós-aula dentro do fusca com o Jão, chegamos a conclusão que ambos precisávamos conhecer gente nova.
Mas não é só de gente nova que eu preciso: é de novos ares, lugares, músicas (tô enjoando desse monte que eu tenho), rostos e histórias.
Tô querendo trocar ideias diferentes, rir de coisas novas, conhecer caminhos que ainda não se cruzaram com os meus.

Moro no mesmo apartamento desde que vim pra Londrina, ou seja, faz um ano e meio.
Três meninas diferentes já passaram por aqui. Consegui construir e manter uma amizade muito bonita com uma delas. Tem a Má, que tá junto comigo desde o começo, e posso dizer que ela é minha melhor amiga em Londrina.
O bom do ano passado é que tudo era novo, todos calouros, solteiros e atrás de farra. Mesmo com 17 anos eu dava um jeito de ir pras baladas (tá certo que já fui barrada, e foi muito engraçado).
Aquela despreocupação de sair independente de trabalhos e provas. Beber no domingo e ir pra aula na segunda de manhã de porre; matar aula a tarde pra beber pinacolada na piscina; ir pro tipo de festa que voce não gosta (tipo Country Festival) e com o pé inchado recém torcido só pra ir junto e rir com os vizinhos; beber a tarde toda, ir pra balada e beber a noite toda sem pagar nada; comemorar o dia da pinga; ficar no lual até amanhecer ....
aah, é muita coisa.

O fato é que as coisas mudaram, e eu não estava preparada para isso.
Meus vizinhos começaram a namorar e se mudaram; os compromissos acadêmicos aumentaram junto com nossa responsabilidade; os meninos da minha sala se mudaram, ou seja, só ficou eu da História por aqui; o Beco já não é o mesmo de antes porque muita gente bacana que o fazia ficar bom se formou; a menina nova que se mudou pra cá não deu certo e já foi embora.

Junto com essas mudanças inesperadas, veio meu tédio.
Aqui é bom, mas ficar fechado num mundinho com as mesmas pessoas enche.
São os mesmos rostos e a mesma rotina.
É gostoso, conheço muita gente, mas pra mim já deu.
Tô precisando me mudar, ver gente nova, sair na rua de manhã e ver uma tiazinha varrendo sua calçada, ir numa padaria comprar pão e não ter de pagar um absurdo por um ovo.
Quero cerveja mais barata, ouvir outra coisa que não seja sertanejo ou pagode, e até mesmo pegar ônibus e vir pra UEL.

Sei lá, aqui parece um mundo de faz-de-conta que te deixa por fora da realidade.
Aí voce se forma, sai da bolha e dá de cara no muro.
É cômodo, muito cômodo acordar 8 da manhã e ir pra aula de boa, sem ônibus cheio nem cheiro desagradável.
Só que pior ainda é um sábado a noite que voce tá duro até pra pegar táxi, sai e só vê 6 pessoas. As mesmas 6 pessoas de sempre.

Vai ser trabalhoso procurar outras pessoas e outro apartamento.
Vai ser doloroso deixar muita gente bacana pra trás, que eu sei que vou encontrar uma vez por mês.
Mas preciso.
Necessito de mudanças pra rodar de novo, e não continuar estacionada.

"Nada é pra sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo". (J.S)

e tem muita coisa que vai mudar comigo também
muita lembrança e muito carinho que não deixo pra trás de maneira alguma.


Nenhum comentário:

Postar um comentário