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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

balanceando

“Sorte é se abandonar e viver essa vaga idéia que nos persegue, bonita e breve.”

Sorte que me abandonei do concreto e me dediquei apenas ao efêmero. Esse foi o período que mais conheci pessoas descartáveis. Não as desconsidero, de maneira alguma, pois puderam me mostrar, mesmo sem saber, que tenho capacidade de selecionar e excluir o que apenas faz peso em minha vida.
Do aglomerado de pessoas que não me farão falta posteriormente, tirei a mais valiosa lição, que se resume a apenas “fazer o que seja melhor e mais agradável a você”. Clichê, sim, mas com um significado totalmente diferente quando compreendido empiricamente, que passo adiante.


“Como borboletas, que só vivem vinte e quatro horas. Morrer não dói”.

Dói menos quando você sabe que quem se foi, foi na calmaria que levara pela vida. Tal como o caminhar sem pressa e como o café tomado após a refeição.
Foi como borboleta que pousa sobre a flor e leva o mais doce dela para espalhar pela vida. Sabendo que, por mais gostoso que possa ser ter apenas para si, o prazer de dividir com os que nem sabem que precisam pode ser maior ainda.
Dói não ter. Dói falar por descuido e só perceber quando não foi ouvido. Dói esperar pelo o que não vem. Dói sentir e não poder tocar. Dói imaginar e não concretizar. Dói estender os braços e senti-los soltos no ar. Dói saber que a vida veio e pegou pra ela gente muito amada que voltaremos a ver sabe-se lá quando. Achou que seria generosa nos deixando apenas a saudade, podendo ser amenizada com o prazer das boas lembranças.

A vida me veio há dezenove anos e me trouxe muita coisa, me tirando poucas, felizmente. Poucas, porém, que foram tiradas como um tiro certeiro, cravados bem no fundo da alma e no espaço reservado aos “de importância extrema”.
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Me fiz mais leve. Até porque minhas emoções não se esfarelam. Agrupam-se aos blocos, juntam-se num só monte e só aí se desmontam perante a vida, numa só vez. Às vezes demora, outras nem se dão ao trabalho de esmigalhar-se.

Me fiz mais teimosa e geniosa que nunca. Faceira também. Vergonha na cara me faltou e lábia tive de sobra.

Não me envergonho, de maneira alguma.

Minha amizade colorida com o mundo anda mais linda do que nunca.

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