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quinta-feira, 21 de abril de 2011

onde andará?




Assisti há pouco “Onde andará Dulce Veiga?” e foi aquela mesma coisa depois que tenho contato com alguma coisa do Caio Fernando: um borburinho mental e a vontade de escrever seja lá o que for.

O engraçado é que continuo lendo bastante coisa dele (coisas soltas, confesso) e não escrevendo na mesma frequência. Ou na necessidade que vem depois de cada frase. Acho que todas as palavras que gostariam de terem se materializado se organizaram e vieram me dizer: “ei, estamos aqui, nos jogue logo no mundo, sua inútil!”. Acontece que isso exige uma coragem tremenda. Coragem que me falta e eu sei. O que não sei é o motivo pelo qual fiquei mais insegura, medrosa, sei lá, de uns tempos pra cá ... tempos de 2010. Talvez seja porque foi um ano muito sem graça, em que as coisas chatas foram mais significantes e marcantes que as legais. Foi tudo muito tom pastel e isso me irritou profundamente e se refletiu no começo desse. Agora tá tudo ficando laranja, e tô percebendo que essa maré de bloqueio literário (uau, que ousadia) tá passando, pelo menos foi o que pude notar com as provas de sexta e domingo. Parando agora para pensar nelas, enquanto escrevo esse texto que não tem mais nexo algum, percebo que escrever é uma coisa que tem uma ligação muito estreita com saber onde está, ou o que quer. No domingo, por exemplo, coisas que eu não tinha idéia que ainda lembrava foram surgindo e fui jogando no papel. Não sei se atingi meu objetivo, mas pelo menos voltei a ouvir aquele “você escreve bem, e até quem não te conhece percebeu isso, e viu que é diferente de muita coisa que a gente leu”. Sei que conteúdo é apenas uma questão de saber passar pro papel. E que escrever é questão de perder o medo do que as pessoas que vão ler acharão.
Sim, porque quando você tá lá escrevendo algo que não só será lido, como também julgado, o medo toma conta dos dedos e você demora quinze minutos para produzir apenas uma frase de talvez uma maldita linha. A sensação de impotência é extremamente irritante e frustrante, mesmo sabendo sobre o assunto. Talvez esteja aí o x da questão, sempre achar que não está bom ou que não se sabe nada de porra algum. O necessário é, apenas, conseguir dominar isso. Como se fosse fácil e sei lá se possível.

Taí, acho que esse foi o trecho mais esquisito que me lembro de ter escrito. Posso até me envergonhar dele e apagá-lo, como tantas outras coisas que escrevi e foram acabar na lixeira, seja na do computador ou em qualquer outra que já tive contato, mas quero parar com essa mania. Vou passar a guardá-las, pelo menos.

Comecei essa coisa louca falando do filme da obra do Caio, que também é uma coisa meio louca. Geralmente tenho necessidade de assistir o filme duas vezes, como é o caso desse. Não sei se é porque sou meio lerda ou porque não entendo absolutamente nada de cinema, ou pelas duas coisas mesmo e até pelo o que não pensei. O caso é que o filme tem aquelas coisas de vaivém temporal que acabam por embaralhar a cabeça da pessoa e você não sabe se aquilo aconteceu ou é fruto da cabeça da personagem.
Falando em personagens, não gostei do ator que fez o papel do Caio. Nada contra o Eriberto Leão, ele é gato pra caramba e até que bom ator, mas sei lá, não casou com a imagem que a obra do Caio passa (pelo menos pra mim) e tudo ficou meio forçado e faltando um pingo de sutileza. Isso já aconteceu com algum outro filme que não gostei do ator/atriz interpretando um artista, só não lembro quem era ... talvez tenha sido alguma produção sobre o Renato Russo, sei lá. Gostei da Carolina Dieckmann, e olha que isso é difícil porque não gosto dela. A Maitê Proença como Dulce Veja está diva, bem como o cara loiro comunista e depois drogado que não lembro o nome, mas estava dignamente noiado.
O último comentário a ser feito sobre o filme é que todo mundo lá canta muito, muito mal e chega a ser cômico.

Não posso falar mais nada sobre porque não li essa obra do Caio, então comparações são impossíveis. Mas espero fazê-lo o quanto antes e ver tudo com mais clareza, porque essa bagunça mental que ficou tá complicada.

Preciso conseguir romper esse lacre mental que se instalou.




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