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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

























Se eu pudesse pegaria todos os livros, escritos perdidos e afins dos autores que seguem comigo desde que aprendi a ler; das leituras acadêmicas, me ocuparia apenas dos autores que consigo uma troca de idéias, a grande maioria da política, e me afundaria no Brasil de 70; abraçaria todas as crônicas; colocaria todas as músicas deliciosas para meus ouvidos numa playlist gigante pra rodar na vida.

Se eu pudesse juntava todos os meus amigos e os que ainda estão por vir num pote e levaria comigo pra todo canto – quem sabe o que é ter a vontade grigante de sentar num boteco e varar a noite conversando com quem está há quilômetros de distância sabe quão bom seria poder fazer isso -; reviveria todos os bons momentos que estão guardados na parede da minha memória; puxaria o fio do tempo para poder sentir novamente a delícia de correr pela grama com aquele (s) cachorro (s) que chegava a dar medo do tanto que me entendia (m), e rolar pelo chão e sair cheirando baba e carinho no fim da tarde.

Se eu pudesse viajaria, primeiro pelo mundo afora, depois pelo Brasil, e visitaria todas as cidadezinhas, só pra conhecer a raiz disso e daquilo tudo, e depois botaria no papel; escolheria, para cada canto que fosse, uma companhia diferente: um cinéfilo que me mostrasse as Américas - latina e central - e o mundo cinematográfico; um ruivo fã de tatuagem e grunge pra América do Norte; um loiro de cabelo bagunçado fã de literatura e conhecedor da historiografia do século XIX pra discutir pela Europa; um moreno de cabelo cacheado, boca grande e magricela pseudo-militante que debatesse comigo o sentido do comunismo na Ásia; um dread curto no cabelo de cor indefinida como companhia pro Eeka mouse e pra Oceania; um com a pele tocada pelo sol e do sorriso largo e aconchegante para voltar à raiz de toda a civilização e mergulhar nas singularidades da África. Depois voltaria para o Brasil e aqui acharia aquele que tem um pouco de todos esses do mundo, pegaria pela mão e arrastaria por esse país lindo e pela vida afora.

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